Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?
“Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?” (Lucas 24:5)
Essa pergunta feita pelas figuras celestiais às mulheres que foram ao túmulo de Jesus não é apenas retórica. Ela carrega em si um diagnóstico e um convite. Um diagnóstico espiritual — de que muitas vezes buscamos vida em lugares onde só há morte. E um convite — para olharmos para Aquele que vive eternamente e nos chama para viver com Ele.
Neste texto, vamos percorrer a jornada da Páscoa, da escravidão no Egito até a ressurreição do Cordeiro de Deus, conectando os símbolos, os passos, os dias e os sinais que culminam na grande verdade: Ele vive. E porque Ele vive, nós também podemos viver.
1. A Páscoa não começa no Calvário, mas no Egito
A história da Páscoa é longa. Começa com um povo escravizado, um cordeiro sacrificado e uma promessa de libertação.
1.1 O contexto da escravidão
- A família de Jacó entra no Egito por causa de José.
- O tempo passa, e os descendentes tornam-se escravos.
- O povo multiplica, e o Egito teme sua força.
1.2 A intervenção divina
- Deus ouve o clamor do povo.
- Chama Moisés do deserto de Midiã.
- Envia as 10 pragas como juízo e sinal.
1.3 O cordeiro e a libertação
- A última praga: a morte dos primogênitos.
- O livramento vem por meio de um cordeiro.
- Elementos da ceia pascal:
- Cordeiro sem mácula: apontando para Cristo.
- Pão sem fermento: sem contaminação do pecado.
- Ervas amargas: lembrança da escravidão.
Aplicação: A libertação do Egito é símbolo da nossa libertação do mundo. O cordeiro é Jesus. O sangue nos umbrais é nossa proteção. O pão é a pureza do Evangelho. As ervas são a lembrança de onde Ele nos tirou.
2. Jesus, o Cordeiro Pascal
A cruz não foi um acidente — foi um cumprimento. Tudo em Jesus se alinha com o que foi profetizado e prefigurado.
2.1 A última Páscoa e a primeira Ceia
- Jesus celebra a Páscoa com os discípulos.
- Institui a Ceia com novos significados:
- O pão é o seu corpo.
- O vinho é o seu sangue.
2.2 A cruz como cumprimento
- O cordeiro não poderia ter ossos quebrados.
- A morte de Jesus coincide com o sacrifício pascal no templo.
- Seu sangue agora não cobre portas, mas corações.
Aplicação: Jesus é o Cordeiro que nos redime, não com prata ou ouro, mas com seu sangue precioso (1 Pe 1:18-19).
3. A caminhada até o Gólgota
3.1 A entrada triunfal
- Jesus entra montado em um jumentinho (Zc 9:9).
- O povo clama “Hosana!”, mas com intenções terrenas.
- Uma fé de expectativa, não de revelação.
3.2 A purificação do templo
- Jesus confronta a corrupção do culto.
- Rejeita a barganha. Exige adoração verdadeira.
3.3 A ceia, o Getsêmani e a prisão
- A última noite com os discípulos.
- A oração angustiada: “Se possível, afasta de mim esse cálice…”
- A traição com um beijo.
Aplicação: O nosso Rei entra humilde, purifica o templo e se entrega com amor. Ele não foge da cruz — Ele a abraça por amor a nós.
4. A cruz: onde tudo muda
4.1 A humilhação
- Jesus é despido, coroado com espinhos, cuspido.
- Carrega a cruz até o Calvário, ajudado por Simão de Cirene.
4.2 A crucificação
- Entre dois ladrões.
- Frases da cruz:
- Perdão: “Pai, perdoa-lhes…”
- Cuidado com a mãe: “Eis aí teu filho…”
- Dor: “Tenho sede…”
- Entrega: “Nas tuas mãos entrego meu espírito.”
4.3 A morte e os sinais
- Trevas, terremoto, véu rasgado.
- O centurião confessa: “Verdadeiramente, este era o Filho de Deus.”
Aplicação: Jesus morreu não apenas por nós, mas em nosso lugar. Ele tomou sobre si a dor, a vergonha e o juízo que era nosso.
5. O silêncio do sábado
5.1 O dia do luto
- Os discípulos estão escondidos, com medo.
- Parece que tudo acabou.
5.2 O mover invisível de Deus
- Jesus desce às regiões inferiores.
- Proclama vitória aos cativos.
- Prepara a maior reviravolta da história.
Aplicação: Mesmo quando parece que Deus está em silêncio, Ele está trabalhando.
6. O domingo da ressurreição
6.1 As mulheres vão ao túmulo
- Levar perfumes, continuar os ritos.
- A pedra já está removida.
- O túmulo está vazio.
6.2 A pergunta que muda tudo
“Por que vocês procuram entre os mortos aquele que vive?”
6.3 O reconhecimento pela voz
- Maria Madalena pensa que é o jardineiro.
- Jesus a chama pelo nome.
- Ela o reconhece pela voz.
6.4 A aparição aos discípulos
- Jesus entra no cenáculo e diz: “Paz seja convosco.”
- Mostra suas feridas. Ressurreto, mas ainda marcado.
- Tomé toca. João crê. Pedro é restaurado.
Aplicação: Ele não está mais no túmulo. Ele vive! E porque Ele vive, há esperança para mim e para você.
7. Conclusão: O Cristo vivo nos chama a viver como testemunhas
7.1 A missão dos discípulos
- Jesus aparece durante 40 dias.
- Ensina sobre o Reino.
- Promete o Espírito Santo.
7.2 Pentecostes e a missão continua
- O Espírito desce.
- A Igreja nasce.
- A mensagem se espalha: Ele vive!
7.3 O chamado para hoje
- Não viva como se Jesus ainda estivesse morto.
- Não se esconda em medo como os discípulos.
- Não busque nos lugares errados aquilo que só Jesus pode oferecer.
Desafio final: Onde você tem procurado a vida?
- No desempenho profissional?
- Na aceitação dos outros?
- Na performance religiosa?
Ele não está ali. Ele está vivo. E te chama para viver com Ele.