Em Levítico 9:24, vemos um momento marcante na história de Israel: Deus envia fogo do céu sobre o altar do holocausto, consumindo o sacrifício oferecido por Arão e seus filhos. Esse fogo representava a aceitação de Deus e a manifestação de Sua glória entre o povo:

“E eis que, saindo fogo de diante do Senhor, consumiu sobre o altar o holocausto e a gordura; o que, vendo todo o povo, jubilaram e prostraram-se sobre seus rostos.” (Levítico 9:24)

Esse evento estabeleceu um princípio: o fogo que vem de Deus é sagrado e deve ser tratado com temor e reverência. Era um fogo divino, e sua manutenção tornou-se responsabilidade dos sacerdotes.

O Papel dos Sacerdotes: Trocar a Lenha, Manter o Fogo

Antes de enviar o fogo, Deus já havia instruído os sacerdotes sobre como lidar com ele. Em Levítico 6:12-13, Deus ordena que o fogo nunca deveria se apagar:

“Enquanto isso, o fogo do altar será mantido aceso; nunca deverá se apagar. A cada manhã, o sacerdote acrescentará mais lenha ao fogo, arrumará sobre ele o holocausto e queimará nele a gordura das ofertas de paz. Lembrem-se de que o fogo deverá ser mantido aceso no altar o tempo todo; nunca deverá se apagar.” (Levítico 6:12-13)

O trabalho de Deus foi feito: Ele colocou o fogo. Mas agora, cabia aos sacerdotes abastecê-lo diariamente com lenha. Isso nos ensina que, embora Deus envie o fogo espiritual, cabe a nós mantê-lo aceso com consagração, oração e busca incessante por Sua presença.

O Perigo do “Fogo Estranho”

Infelizmente, Nadabe e Abiu ignoraram essa ordem e decidiram oferecer fogo à sua própria maneira. Em Levítico 10:1-2, lemos sobre a consequência de sua desobediência:

“E os filhos de Arão, Nadabe e Abiu, tomaram cada um o seu incensário, e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele; e trouxeram fogo estranho perante a face do Senhor, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do Senhor, e os consumiu; e morreram perante o Senhor.” (Levítico 10:1-2)

O problema nunca foi a falta de fogo, mas sim a fonte errada do fogo. Nadabe e Abiu tentaram trazer fogo humano, em vez de usar o fogo divino do altar. Esse “fogo estranho” simboliza tentativas humanas de fazer a obra de Deus sem seguir Seus princípios.

Essa história nos alerta para o perigo de tentarmos gerar nossa própria espiritualidade ou ministério sem depender verdadeiramente da presença e do poder de Deus.

O Fogo de Deus: Juízo e Purificação

A Bíblia nos ensina que Deus é fogo consumidor:

“Porque o nosso Deus é um fogo consumidor.” (Hebreus 12:29)

Esse fogo representa tanto juízo quanto purificação. Para aqueles que rejeitam a vontade de Deus, o fogo é destruidor, como aconteceu com Nadabe e Abiu. Mas para aqueles que se entregam a Ele, o fogo é purificador, como o fogo que refina o ouro (Malaquias 3:2-3).

No Novo Testamento, o fogo também é associado ao poder e ao avivamento do Espírito Santo. João Batista profetizou sobre Jesus:

“Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo.” (Mateus 3:11)

O fogo de Deus não é apenas um símbolo de juízo, mas também de transformação. Ele queima tudo aquilo que não vem de Deus e nos enche com Sua presença e poder.

Jesus: Aquele que Mantém o Fogo Vivo

Em meio ao poder do fogo, também encontramos a compaixão de Jesus. Ele não é apenas Aquele que batiza com fogo, mas também Aquele que cuida dos fracos:

“A cana trilhada, não a quebrará, nem apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar o juízo.” (Mateus 12:20)

Se o fogo da fé parece estar fraco, Ele não o extinguirá, mas o reavivará. Ele também é descrito como Aquele que tem olhos como chama de fogo (Apocalipse 1:14), mostrando Sua onisciência e zelo pelo Seu povo.

Conclusão

O fogo de Deus foi enviado sobre o altar, e a responsabilidade de manter a lenha foi dada aos sacerdotes. O mesmo acontece hoje: Deus derrama Seu Espírito, mas cabe a nós alimentarmos essa chama com uma vida de oração, adoração e santidade.

Que possamos rejeitar o “fogo estranho” das soluções humanas e buscar constantemente o fogo genuíno de Deus, permitindo que Ele nos transforme e nos purifique para a Sua glória! 🔥

Casado com a Samara Gregório, pai da Sophia (9), Helena (6) e Aurora (1). Sou pastor auxiliar na Igreja das Nações e CEO do Extremo Black, uma mentoria para pequenas e médias empresas sobre marketing & vendas.

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